Editorial

Chegamos ao quinto número da Revista Quimera. E para comemorar a consolidação da nossa publicação trazemos o como tema “Sexo, Drogas e Rock’n’Roll.”

Três elementos agrupados desde a década de 60, como lembra Marcelo Pinheiro, na sua reportagem que traça uma linha histórica desse conjunto. Elementos que indicam mais que um rompimento com os valores de uma sociedade pós segunda guerra, também uma afronta.

Trazem a tona sua marginalidade, que vai acompanhar a clínica de drogas a todo momento. Diva Reale e Vitor Oliveira fazem uma viagem em torno da geração beat em textos irmãos. Diva nos traz um enlace clínico de como essa apresentação frenética que dá a toada de muitos de nossos acompanhamentos. Vitor por sua vez traz os valores da geração beat a partir da biografia de uma de seus expoentes, William Burroughs. Aponta como a questão da sexualidade do autor também estava presente na construção das suas obras Junky e Naked Lunch. Ainda na pegada Beat, Eliana Oliveira traz uma resenha sobre o clássico que nomeou essa vertente da literatura, o On The Road de Jack Kerouac.

Também na linha que une sexo e drogas dentro da marginalidade, Fabio Carezzato traz um texto com comentários sobre o fenômeno do Chem Sex, apontando para questões trazidas para a clínica a partir do aumento significativo de pessoas que desenvolveram problemas com substâncias a partir dessa prática.

Na coluna Drogas Be-a-Bá desse número, temos a contribuição da psiquiatra Mariana Campello de Oliveira, que nos traz informações sobre a cocaína e sua história.

Por fim, nessa edição temos o resgate de um personagem que ilustra bem a pegada punk do tema desse número. Em 1989, nosso chargista Bira Dantas participou da revista em Quadrinhos Tralha. Totalmente alternativa, trazia HQs underground de Marcatti, Marcio Baraldi, Lourenço Mutarelli, Paulo Monteiro e textos de Gualberto e Glauco Mattoso. Ao conhecer o notório escritor e poeta marginal (eternizado na música “Língua” de Caetano Veloso) surgiu a ideia de criar um personagem punk (e autobiográfico) com o nome real do escritor, Pedro. As aventuras de Pedro, o Podre foram publicadas na revista de Quadrinhos Mil Perigos (1990) e no jornal literário Nicolau (1991), onde causou furor pela linguagem considerada ‘chula’ pelos leitores. Bira Dantas retomou a produção em Quadrinhos do personagem, com a permissão de Glauco Mattoso, fazendo uma introdução ao universo punk, anárquico, marginal e transgressor do personagem.

Então podem ligar o som e começar a leitura!

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